Thursday, December 21, 2006

Quantos pianistas cabem numa janta?

Como eu havia falado antes, eu morava num quarto no decimo primeiro andar do Tschrni, que eu dividia com o Tadej, um pianista esloveno muito gente boa. Como fiquei em setembro no Brasil, tive que fazer um novo contrato com a administracao da casa de estudantes, e este quarto onde eu ficava jah estava alugado para o proximo semestre, de modo que me mudei pro decimo andar.

O decimo andar tem suas vantagens, principalmente uma cozinha muito mais limpa e organizada que no decimo primeiro, onde a cozinha estah sempre um caos, mas meus novos vizinhos, embora muito legais, tem o mau habito de dormir cedo, e invariavelmente, quando eu chago da academia as dez e pouco, a cozinha eh um deserto. Daih que normalmente eu como alguma coisa rapidinho e dou um pulo no decimo primeiro andar, onde a animacao ha vida sempre ateh mais tarde. Alem do Tadej e do Sufian, que se tornaram bons amigos meus durante meus 9 meses aqui, agora ha um novo pessoal igualmente animado que estah seguidamente por lah, e dos quais tambem vou sentir falta.

O Tadej, que voltou pra Eslovenia ontem (20/dez), pra passar Natal e ano novo, resolveu fazer uma janta na terca pra encerrar o ano dele lah no Tcharni. O tema seria comida dos Balcas, e tinha um frango com mostarda que estava maravilhoso. Como voces verao nas fotos, o safado organizou a janta, mas quem cozinhou foi outra guria do andar, a Bojana, que pelo menos por ser montenegrina (JAMAIS chame ela de servia...) sabia a manha da comida dos balcas... Vamos as fotos, entao.

Essa eh a Bojana, de Montenegro, e foi ela que cozinhou as coisas mais complicadas. Ela eh pianista assim como o Tadej.


Este eh o Tadej, que voces jah cinhecem de outro post, e esta eh a... ahn... bom, eh a guria sul-coreana que o Tadej tah de olho. Ela levou pra ele um "cha coreano energetico"... eu achei bastante sujestivo, e como (ainda) nao aconteceu nada, acho que nao seria correto interpretar o presente como um "tah precisando", mas nao ponho minha mao no fogo por ninguem. Ah sim, ela eh violinista.
Este mais na frente eh o Martin, da Polonia, que tambem eh musico e, vejam voces... pianista! Na poltrona mais ao fundo estah o Wladimir, ucraniano que eh o novo colega de quarto do Tadej. Eh, ele tambem eh pianista...
O Tadej, como eh muito formal (quase germanicamente formal, eu diria) resolveu fazer um discurso de agradecimento antes da janta. Na foto ve-se o Martin, o Wladimir, a guria coreana, a Bojana (o "braco marrom"), e o Ernesto, que eh esse cara cocando a cabeca. Ele eh colombiano e (adivinharam) estah aqui estudando piano.

Depois da janta e do vinho, restaram alguns empolgados pra dancar sem nenhum medo de pagar mico. Sinceramente eu tenho uma certa admiracao por essa gente. Os sentados sao a Bojana e o Ernesto, aqui de frente, e os felizes dancarinos sao a Marja, Servia, muscia e pianista (deve ser uma concorrencia desgracada, neh?), e o Thomas, namorado dela, suico e que surpreendentemente NAO eh pianista embora toque guitarra numa banda daqui de Berna. E ele nao estaba dizendo "nao tira essa porra de foto" como parece; tava cantando mesmo... depois dizem que os europeus sao frios e nao sei que lah...Soh pra nao ser injusto com a super-representacao de pianistas nas fotos, cabe ressaltar que tinha tambem um cellista italiano entre nos.
E pra encerrar a noite, quando estavamos quase jah lavando a louca, a Bojana e o Ernesto resolveram fazer arte com o tubo de chantilly da sobremesa (kids...). Estao fica registrado o flagra da Bojana num momento "papai noel" por assim dizer. Ateh onde eu sei, a brincadeira com o chantilly nao teve desdobramentos posteriores, se eh que voces me entendem.

Zermatt

Tirando chocolate, lacteos, vinho, e a coca-cola generica de 75 centavos a garrafa de 2l, eh complicado achar alguma coisa barata aqui na Suica.

Um brasileiro que mora lah no Tcharnergut tinha me falado de umas passagens de trem validas para 1 dia inteiro que estavam vendendo a 35 francos se a pessoa tem o cartao de 1/2 tarifa, mas este passe nao se vende na estacao. Cada municipio recebe um numero limitado de passagens pra cada dia e vende em postos em alguns bairros. Quando finalmenmte consegui ir num desses postos, nao havia mais nenhuma passagem pra finais de semana em 2006... Scheisse!

Um passe desses seria o ideal pra poder conhecer alguma coisa dentro da Suica mais distante, e eu realmente estava louco pra ver um pouquinho dos alpes antes de voltar pro Brasil. Saih do posto meio depre por nao ter conseguido a passagem, e enquqnato eu estava esperando o trem pra voltar pro centro, resolvi brincar na mauqinninha que vende passagens. E nao eh que eu encontro uma "promocao passe de 1 dia a 39 francos com o cartao de 1/2" ateh 17/12 sem limite de tickets a venda!!! Pior eh que antes de ir no tal posto eu tinha procurado na pagina da companhia de trens alguma promocao e nada de anunciarem na internet. Bem filhinhos da puta, esses caras, nao?

Como eu poderia viajar entao tanto no dia 10 ou no dia 17, resolvi escolher a cidade e condicionar a data a uma previsao do tempo decente. Resolvi ir pra Zermatt, que fica no sul, quase fronteira com a Italia, e eh a cidade-base pra se visitar o Matterhorn, aquela montanha que tem desenhada nas embalagnes do toblerone. A previsao do tempo pro dia 10 era um espetaculo. Sol, ceu azul, e frio.

Peguei o trem as 7:30 da manha, e sai de Berna com uns 3-4 graus de temperatura, que diferentemente de POA, eh uma temperatura bastante confortavel. Fazendo um parentese, teve um dia de sol aqui no lab que eu tomei cafe no terraco soh de camiseta sob um lindo ceu turqueza e um delicioso friozinho de -4 graus. Chegando no cantao do Valais (ou Wallis, jah que Zermatt fica na parte alema desse cantao), as coisas jah estavam diferentes de Berna. Muita neve no chao e um frio bem mais convincente. Saindo de Brig, apos 1h30min de trem subindo entre vinhedos adormecidos na neve, cheguei em Zermatt, debaixo de um deslumbrante ceu azul e um frio de -10.

Com -10 a coisa jah muda de figura. Comeca a se sentir muito frio nas extremidades do corpo, e embora no tronco eu soh vestisse uma camiseta de algodao, uma mais grossa de dry-fit e o meu casaco que nao eh nada demais, as minhas maos, que estavam soh com as luvas de corrida, comecaram a ficar semi-paralisadas. Pelo menos, a touca de corrida esquentou bem o coco, e as 2 meias nos pes tambem estavam funcionando, mas pras maos estava complicado. Acabei tendo que comprar um outro par de la pra botar por baixo das luvas de corrida.
Basicamente, como esquiar sairia uma pequena fortuna, eu fui a Zermatt soh pra fazer algumas trilhas caminhando e ver o Matterhorn. Peguei o mapinha das trilhas na estacao turistica e fui, entes dando uma voltinha pela cidade completamente branca. O maior problema dum clima desses eh quando o chao fica congelado. Caminhar na neve nao eh problema nenhum, mas no gelo... Ou o cara se concentra 100% em cada passo, ou o risco de levar um tombo vido-cassetada no meio da rua eh consideravel. Olhar a paisagem ou uma vitrine exige grande planejamento, jah que eh bastante pouco recomendavel fazer isso ao caminhar.





A trilha que eu fiz saia de Zermatt a cerca de 1600m de altitude, e subia ateh Furri, a +-1900m. De Furri ainda era possivel pegar um teleferico para as estacoes de esqui ou para Zermatt, mas preferi voltar a peh curtindo mais um pouco da paisagem. Logo que se chega a Zermatt se ve o Matterhorn, um pequeno mostrengo de quase 4500m, e talvez uma das poucas montanhas nao apenas famosa pelo seu nome, ou altitude, mas pela sua forma inconfundivel. Porem, nao tem comparacao a vista quase timida do Matterhorn que se tem da cidade, com a visao que se tem das trilhas. Uma pena que poucas trilhas estavam abertas por causa da neve, o que nao torna a caminhada menos bela, claro. Dificil explicar como um lugar todo branco consegue ter uma beleza tao constante e tao pouco monotona, e eh como se a paisagem estivesse sempre meio suspensa na neve, mas sempre sutilmente diferente. A fantastica estetica do frio. Soh faltou um Piazzolla tocando no Mp3.









Shit happens...


Alguem de rara percepcao um dia afirmou que o futebol eh a mais importante de todas as bobagens. Pura verdade.

Nao quero, nem vou tentar desqulificar o titulo do Inter. Foram lah, jogaram, ganharam, e eh isso aih. Simples assim. Na verdade, independemente do resultado, o Inter jah era pra mim um "clube maior" depois da conquista da Libertadores, mas eh claro que um titulo mundial nao eh pra qualquer um, e somente o vinte e sete clube chegaram a este nivel.

Portanto, meus parabens aos meus amigos colorados, que finalmente podem estrar para este seleto grupo de clubes do qual, ha 23 anos, nos gremistas jah somos parte. Os outros socios do clube estao listados no link a segur.
Benvindos.

http://www.fifa.com/en/comp/Clubworld/tournament/0,4133,CWC-2006-105,00.html

Samoens

No verao, o Excoffier tinha convidado todo o laboratorio pra passar um final de semana no chale que ele tem na Franca, em Samoens. Uma cidade pequeninha, no peh dos Alpes e ao sul do lago de Genebra. Naquela data ia acontecer uma das etapas do Tour de France, e o percurso passa a menos de 200m do chale dele. Como isso foi no final de semana em que eu e a Daisy fomos pra Veneza, ele entao me convidou pra ir agora no final do outono para lah.

Saimos de Friburgo na sexta-feira de tardezinha e descobri que na parte francesa da suica tem engarrafamento. No minimo surpreendente, pra uma cidade de menos de 100 mil habitantes. Fora que o movimento nas estradas eh enorme. Ok, sexta-feira, de tardezinha, todo mundo indo pra algum lugar nas montanhas, um clima quase de free-way* em final de semana de verao. Parece que na parte francesa o pessoal adora carros e nao gosta de viajar de trem, e que na Franca morre um catatau de gente todo o ano por causa de acidentes nas estradas. Na suica dizem que nao eh tao grave, talvez soh porque tenha menos gente.

Chegamos lah de noite, e depois que os filhos do Excoffier foram dormir eu, ele e a Juliette ficamos conversaondo um pouco, bebericando uma Vodka feita com uma ervinha que os bisoes comem, e que pelo menos em mim nao deu barato.

No dia seguinte fomos ateh a cidade, primeiro ao supermercado comprar as provisoes para o final de semana, e depois pra caminhar um pouco pelo centro, jah que o Excoffier estava atras de uma bota de andar na Neve. Este eh o chale do Excoffier (prestem atencao no nome do chale...), e a vista sem graca que ele tem. Isso que estava um tempinho meio michuruca, um nublado que nunca se resolveu, mas ok, recitemos o mantra europeu "se nao esta chovendo, esta otimo". Samoens fica naquele vale, perto de um rio, onde fomos correr num final de manha.



Impressionante como eu ouvi ingles no supermercado. O Excoffier me falou que estah havendo uma verdadeira invasao dos ingleses nessa area, jah que as casas sao relativamente baratas, e agora com esses voos baratos, nao apenas sao aposentados que resolvem fugir do pavoroso clima da ilha, mas familias mais jovens, onde as vezes um segue trabahando na inglaterra e viaja todo o final de semana pra Franca. Parece que ateh em Samoens, que eh um micro-cidadezinha jah existem escolas que lecionam em ingles.

Como sempre, isso traz algum choque cultural. Os donos dessa fazenda da proxima foto, por exemplo, sao um casal de velhinhos franceses. Tipicos camponeses franceses. O velhinho ateh de boina estava, e o filho tinha um bigode a la Jose Bove. Paramos um dia pra conversar com eles e eles muito alegremente nos mostraram as vaquinhas que tinham nascido nos ultimos dias, mas reclaramaram um pouco da nova vizinhanca que nao ou nem fala frances ou que nao para pra conversar e saber se eles tem ovos, leite, ou frango pra vender.

No outro dia, aproveitamos pra dar uma caminhada pela regiao antes do almoco, curtir o indescritivel colorido do outono, com o qual eu nao consigo parar de me surpreender. Com ateh um pouquinho de sol no domingo ao meio dia, almocamos na "varanda" do chale, curtindo mais um pouco da vista e dum solzinho bem minguado antes de voltar pra Suica.

*free-way. s.f. Nome em gauches do trecho da BR-290 que liga Porto Alegre ao litoral. Nota dedicada aos leitores nao gauchos do Blog.

Thursday, December 14, 2006

Comidas de outono

Sim, eu sou um glutao. De varias pessoas aqui jah ouvi "puxa, tu estas sempre comendo!!" ou "puxa! como tu comes doce!" ou ainda "puxa! como tu comes!". Eu acho que eles eh que comem pouco, mas sim, adoro comer e cozinhar. Fora que antropologicamente falando, eh uma boa forma de conhecer a cultura do outro lugar, desde que isso nao inclua nenhum grande sacrificio, obvio.

No outono, comeca aqui a estacao de varias coisas. Nao sei se jah falei em outro post, mas eles vivem muito com a ideia "das estacoes". Existe uma estacao para a neve, outra para o sol, e assim por diante. Se fizer um dia quente agora, eles vao continuar a sair de casa com roupas de frio porque, enfim, eh a estacao do frio. Embora no extremo essa divisao do mundo em periodos imisciveis seja meio bitolante mesmo, bem dosada faz com que a gente realmente tente tirar maximo proveito das coisas possiveis, o que sempre eh uma boa politca.

Como jah tinha falado no post da meia-maratona (eu acho), o outona trouxe uma nova paleta de cores que jah foi embora agora que jah eh quase inverno. Tons infinitos entre o verde e e o marrom, passando pelo amarelo e o vermelho.



Uma das 1as coisas que eu queria comer aqui no outono era cervo (vamos usar o termo cervo devida a confusao desnecessaria que o termo veado poderia trazer). Comprei no super um par de costeles e fiz com um molho de framboesas e pure de batata. Aqui estah a versao 1 do prato. Uma certa decepcao foi descobrir que o cervo eh importado da Nova-Zelandia... Na versao 2, resolvi trocar o pure por castanhas portuguesas, que aqui eles chamam de "marronis" e que tb podem ser comidas em calda, caramelizadas. Tb nao tinha mais costeleta no super e troquei por um filet. Devo admitir que a carne na versao 1 ficou melhor, assim como o molho, que consegui fazer com framboesas frescas. Na versao 2 tive que usar congelada e nao ficou tao bom. Apesar disso, um vizinho meu que experimentou a versao 2 me perguntou se eu nao queria casar com ele. Acho, e espero, que ele estava brincando...

Ah sim. Depois acabei achando a formula perfeita pro pure, combinando um pure de batata com cebolinhas e marronis picados. Sobre os cervos, ambos os pratos eu fiz com o "Cervo grande", o "Hirchen" em alemao, que eh o Cervus elaphus (biologo eh foda...). Tb tem um outro menorzinho que eles comem por aqui, normalmente importado da Polonia, que eh o "Reh", em alemao, e eh o Capreolus capreolus, mas que nao achei tao bom.



Outra coisa que nao dah pra sair daqui sem comer sao os "vermicellis", basicamente uma pasta de marroni com acucar, que eles passam por um necocio de fazer espaguetti pra obter um "macarrao de castanhas", que eles acompanham com chantilly e cereja em calda. O sorvete foi sugestao da Sabine, minha consultora para assuntos gastronomicos desde o dia em que eu vi na feira um rubarbo lindo que eu tive que comprar embora nao soubesse como se comia aquilo, e a hortela foi soh pra fazer uma frescura estetica. A Sabine achou "Estiloso, mas nao muito tipico". Como um brasileiro fazendo marronis tambem nao eh nada tipico, fico com a parte elogiosa do comentario, hehe.



Os biscoitos de outono sao outro capitulo a parte. Uma delicia, a maioria com bastante amendoa. O meu podio fica com esses paezinhos de mel cobertos de chocolate e rechados com geleia (o com geleia de damasco eh muuuuuuuuuito bom), os laeckerli, que sao aqueles quadradinhos meiores cobertos com acucar, que eh um biscoitinho meio mole feito com amendoas, e aqules cubinhos recheados com creme, que eh tipo um laeckerli sem amendoas, mas com um creminho de limao que fica supimpa.

Pra encerrar o post. A melhor descoberta gastronomica que eu fiz aqui. Voces nao tem nocao da saudade que eu vou sentir desse negocio. To ateh pensando em virar importador desse bagulho pro Brasil. Com voces, um Appenzeller Baerli-Biber. Imaginem um pao de mel macio, bem macio, nao muito doce, e rechado com marzipan. Eh isso, mas eh muito melhor do que dah pra imaginar. Seguidamente tah em promocao no super, o que o converte na minha opcao favorita pra um dos lanches da tarde.



No pais do toblerone nao dava pra ficar sem comer.

Um Fondue de verdade

Normalmente, fazemos aqui no laboratorio um "almoco coletivo" todo mes, onde metade do lab cozinha pra metade do lab que vai lavar os pratos. Eh sempre um moneto interessante pra provar um pouco da culinaria local, embora eles nunca tenham me oferecido nada muito exotico... Em outubro, numa das reunioes do lab surgiu a ideia de substituir o almoco por um fondue, a noite, em parte pra celebrar a chegada do inverno, se eh que europeus alguma vez celebraram a chegada do inverno, mas vah lah...

Depois de alguma discussao, para padroes suicos acalorada, entre franco e teuto-suicos sobre os tipos diferentes de fondue que deveriam ser feitos no dia, chegaram a conclusao de que 3 tipos estava bom, desde que nao tivesse nada muito exotico. Mais ou menos como no churrasco existem as correntes mais conservadores a meis tradicionalistas. Como aqui na suica cada vale tem seu proprio queijo, a composicao do fondue varia enormemente, e pode ser 100% Gruyere, 100% Appenzeller, Gruyere+Emmenthal, Gruyere+Vacherin, Gruyere+Appenzeller, Gruyere+Vacherin+Emmenthal, Gruyere+Vacherin+Appenzeller em proporcoes variaveis, e imagino que outras combinacoes menos comuns talbem sejam permitidas. Ha tb quem ponha cebolinhas em conserva ou tomates cereja frescon no Fondue, propostas que causaram um nariz torcido de nojo e sacrilegio em alguns dos meus colegas. Os tipos escolhidos para o nosos fondue foram 1 Moite-moite (Gruyere-Vacherin 50%-50%), um Fondue mais "Bernes", com Gruyere e Emmenthal (nao sei a proporcao) e o Moite-moite com as cebolinhas, a serem comidos com batatinhas novas, pao e, pra supresa minha e do pessoal da parte francesa, salami...
Um parentese. Aqui no super, tem um "fondue pronto de microondas" que eh muito bom e bem baratinho, e eles vendem tanto um moite-moite, quanto um classico que mistura Gruyere, Vacherin e Appenzeller. Ambos sao bem bons, embora eu prefira o moite-moite. Pra mim uma dasmelhores coisas de comer com fondue eh cogumelo fresco, dos castanhos, e quanto menorzinhos melhor. Soh lavar bem, e separar o chapeu do cabinho. Eu nao consigo entender como eh que em NENHUM lugar eu vi pessoas comendo fondue com cogumelo. Sei lah, deve ser algum tabu cultural do qual nao estou ciente, porque eh muito bom.

Causou certa decepcao nos meus colegas saberem que eu jah tinha comido fondue, e que inclusive eh uma "comida de inverno" tambem em alguns lugares do outro lado do Atlantico, mas pra nao deixa-los muito desanimados eu sempre dizia que "mas nao com o queijo certo", o que de fato faz uma enorme diferenca. Desfrutando da condicaod e brasileiro, fui escalado pra fazer caipirinhas. Nao falei pra ninguem que, embora um apreciador do drink nacional, aquelas seriam as qas caipirinhas que eu fazia. Em alguns momentos, pose eh tudo.
Em relacao a caipirinha, outra coisa interessante eh que eles nao acreditam que no Brasil se faz caipirinha com acucar branco de cana - coisa que pra eles existe tanto quanto cabeca de bacalhau. Ateh disse que achava que pro gosto era melhor fazer com acucar branco de beterraba, que soh eh menos doce que o de cana, do que com acucar mascavo, que tem um gosto mais forte. E que, claro, se algo desse errado na caipirinha a culpa era do acucar.

Saimos todos aqui do lab e pegamos o trem pra casa do Excoffier em Fribourg. No dia do amistoso Brasil x Suica. Ah sim, eles ainda nao entendem que eu nao torca pra Selecao Brasileira... e olha que isso eu venho explicando desde alguns meses antes da copa, mas nao tem jeito. Assim que cegamos, eu e o Gerald, meu assistemnte alemao para confeccao de caipirinhas, assumimos o trabalho. Com muita conviccao, expliquei a tecnica do Felipe de tirar toda a casca do limao pra minimzar o amargor. Pronto, depois dessa eplicacao e depois da dissertacao sobre "os efeitos dos tipos de acucares sobre a tipicidade da caipirinha alem-mar", eu havia recebido o titulo de Doutor honoris-causa em capirinha. Com alguma tentativa e erro, fiz e grandes canecas que acho que ficaram bastante razoaveis. Mas aquela historia... o cara faz, experimenta, muda, experimenta... eu nao garanto muito a qualidade da ultima que eu fiz.

O fondue estava otimo, e o tal com cebolinhas eh bem interessante. O jogo nao vi muito, perdi ateh o 2o gol do Brasil que foi aquela lambanca que o goleiro da Suica fez, mas parece que foi bem fraquinho. Uma coisa que aprendi (esses suicos nao sao bobos) eh que o 1o a perder alguma coisa na panela de fondue tem que pagar uma prenda, ou se for menina dar um beijo em algum dos rapazes. Eu, ingenuamente, soh cnhecia a versao do paga a conta ou paga a prenda... No dia seguinte, depois da montueira de queijo, e vinho, e caipirinha, estava todo o laboratorio com aquela cara meio de ressaca. Abaixo, a maioria dos meus colegas de lab:

Suzanne (a tecnica do lab), Barbara (graduacao) e Speedy (PhD) . O Speedy tem um hobby muito interessante que eh ir pro Alaska tirar fotos de Urso pardo, embora o doutorado dele seja com peixes. Ele tam um site com fotos espetaculares. O link eh www.kodiak.ch depois entrem lah e deem uma olhadinha.

Excoffier (the big boss), Martin (PhD) e Nicolas (o pos-Doc que trabalha comigo - eu trabalho com ele, na verdade)

Gerald (Pos-Doc, com especializacao em fazer caipirinhas tirando a pele do limao) e Excoffier

Fabian (graduacao)

Isabelle (na pia; PhD), Phaentu (PhD) - e o Andreas (graduacao) perto da janela...

Andreas, Sonja (graduacao, praticante de capoeira e fala um portugues bastante razoavel com sotaque baiano, embora tenha passado 6 meses no Parana 3 na Bahia), e Raphael (graduacao)

Speedy, Sabine (PhD), Sonja e Isabelle.

Monday, December 04, 2006

Montmartre - a revanche

Saindo do Pere Lachaise, onde um tempo frio e umido deram um clima todo especial, o sol comecou a abrir. Fui eu completar a ultima parte da "missao Paris", tentar ver o Montmartre nao atrolhado de gente.

Claro que tinha bastante gente, obvio. Eh Paris, era domingo, tinha sol e eh um dos principais pontos turisticos da cidade, tambem nao dah pra querer demais, neh, mas o fato eh que o bairro estava incomparavelmente mais civilizado do que na Pascoa, quando estive lah com a Daisy.
Tem ateh uma foto da Place du Tertre onde quase nao aparece ninguem passando na foto! Incrivel! Bom, depois de sair da barte baixa e subir ateh os altos do Bairro desci pelas ruelas do moinho ateh o Boulevard onde fica o Moulin Rouge, que, nao tem absolutamente nada demais, mas que todo mundo, eu inclusive, tira foto.








Meio complicado eh voltar pelo Boulevard ateh Pigalle, a estacao mais perto da Sacre-Coeur), jah que basicamente ali eh o baixo (hum, medio, digamos) meretricio parisiense, e eventualmente vem algum cafetao ou alguma "menina" tentar te empurrar pra dentro de algum lugar.Antes de pegar o Metro ainda consegui descobrir, na parte bem de baixo do funiculaire da Sacre-Coeur, uma banda de meninas (ok, tinha um magrao, no meio) que faziam um estilo assim meio Bichogrilo-DAIB-FSM-LosHermanos bem bacaninha, com uma sonzinho, ahn, digamos que era basicamente um improviso-performatico-circence com alguma coisinha mais conhecida no meio. Mas era divertido, mesmo.